Sutiã: da repressão à sensualidade

Você é daquelas mulheres que não consegue andar por aí sem aquele amigo do peito? Nós te entendemos! Afinal, é ele nos dá conforto, proteção e, claro, sensualidade. De quem estamos falando?! Do sutiã, é claro! Mas você sabia que nem sempre o sutiã existiu como conhecemos? Ele já passou por várias transformações, não apenas dos seus formatos, mas de simbolismo também.
Que tal nos acompanhar numa breve viagem no tempo? Antigamente, as mulheres utilizavam o espartilho para sustentar os seios, o que lhes causava muito desconforto e até asfixia. Inclusive, na época, era comum mulheres desmaiarem por falta de ar. Mas foi então que uma mente feminina e revolucionária teve a ideia que revolucionou a moda e a vida de muitas outras mulheres pelo mundo todo. Em 1889, a francesa Herminie Cadolle criou o sutiã (do francês “soutien”, que significa apoio).
A ideia de cortar a parte superior do espartilho e dividi-la em duas partes: uma para o tronco, na parte inferior, e uma com alças, na parte superior, foi uma das maiores revoluções da moda. Cadolle inventava ali, para a nossa alegria, uma composição perfeita para sustentar os seios de uma forma bem mais confortável e segura.
Entretanto, naquela época, todos os artigos de moda femininos eram criados para que sua aparência agradasse aos seus maridos, e não para elas mesmas. Havia uma imposição de beleza às mulheres, além delas não terem o direito de trabalhar, de ter sua renda, de ficar bonita para si mesmas e solidificação da sua autoestima.
Infelizmente, por causa disso, vários utensílios exclusivamente femininos, como os sutiãs, espartilhos, maquiagens, etc, foram taxados como objetos que refletiam a desigualdade entre os gêneros e assim, foram transformados em símbolos de repressão e machismo.
Na década de 60, um grupo de mulheres pertencentes a um movimento feminista americano, tentou queimar sutiãs em protesto contra um concurso de miss. O incêndio não chegou a acontecer, mas a manifestação ficou conhecida no mundo todo. E por algum tempo, muitas mulheres não usavam a peça por não se identificarem com esse simbolismo.
A boa notícia é que de lá para cá muita coisa mudou e o movimento feminista ganhou mais força, principalmente depois dos anos de 1990, com o advento da internet. Os simbolismos de peças femininas receberam outros significados, por entender que as características próprias do gênero feminino o empodera e não diminui em nada a causa: igualdade de DIREITOS para mulheres e homens. Um desses símbolos que foi ressignificado é o sutiã. Outrora visto como objeto de repressão, agora ele ganha ar de força e poder das mulheres que lutam por igualdade e liberdade, valorizando sua natureza feminina.
Atualmente, o sutiã é uma representação de feminilidade, que sustenta e apoia a mulher, acompanhando-a todos os dias e em todas as ocasiões do seu dia. O sutiã faz parte da intimidade feminina, deixando-as mais seguras e confiantes de si, além de elevar a sua autoestima.
O sutiã se transformou em um emblema de poder feminino e autocuidado físico, que ao invés de padronizar a mulher como antigamente, agora se adapta totalmente à ela, variando num sem fim de modelos, formatos, funcionalidades, temas e cores. O utensílio que antes ditava a forma, hoje se amolda a quem dirá seu próprio caminho, e a variedade está aí para atender as necessidades de todas as mulheres, com todos os biotipos, idades, momentos e estilos de vida.

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